O Amanhecer de um Psicopata - Capítulo 4


CAPÍTULO IV

Eu já tinha idealizado na minha cabeça que não voltaria a perder tempo a narrar a vida, as aldrabices e acima de tudo a psicose ninfomaníaca de um indivíduo que afinal é descente do criador de um dos maiores psicopatas fictícios, ou melhor, ele é descendente não do criador mas da própria criatura que afinal não é ficcional mas que foi real, pelo menos foi o que dei a entender no capítulo passado, e de facto, o pai de Josefino Tocagaita encarnou o orginal Joker.



Mas hoje não venho falar disso caros leitores, desta vez quero restringir-me a factos mais atuais. Ainda não lhes disse uma coisa, sabem, apesar de ter uma enorme admiração por quem pratica o ato de elaborar textos e história complexas, eu não sou dotado de tal sabedoria, não sou muito adepto de contar fragmentos de história como muitos escritores fazem, e isso nada de mal tem, aliás tiro-lhes o chapéu, mas para mim enumerar datas histórias e narrar sobre o significado que tiveram e que nelas aconteceu não tem para mim nexo, apesar de ter feito isso no capitulo passado em relação ao Josefino, mas asseguro-vos que foi uma exceção e pretendo mesmo que continue a ser, a não ser claro, que seja estritamente necessário voltar dar-lhe uso, pois nada hoje em dia pode ser irrevogável. E com isto, vou finalmente começar o contar o motivo pelo qual regressei para escrever mais uns quantos parágrafos.



Tudo começou faz mais ou menos dois meses, olhem não sem ser muito preciso, sei que foi numa quente noite de outono, por incrível que isto vos poça parecer. Josefino contara-me que tinha apanhado um autocarro, tudo isto obviamente na sua habitual linguagem “ciganozuca”, ( uma palavra criada por mim neste momento, não, não consta no dicionário da língua portuguesa ), e que ia a Lisboa fazer algumas compras, confesso que achei estranho, passavam poucos minutos da meia noite, e eu não fazia a mais pálida ideia do que iria ele comprar, e parecia que ele também não estava muito interessado em contar-me. Pois bem, descobri que o pequeno Pepino apanhou o metro e foi até ao Marquês de Pombal, sei disto porque passei pela estação e perguntei ao segurança se tinha visto aquela cara alguma vez, mas qual cara ? O Josefino tem cara ? Não pelo menos que eu saiba, nunca a vi, a primeira coisa de que me lembrei foi mostrar-lhe uma fotografia do Joker, o homem cacarejou a rir e disse que de facto tinha visto há uns meses atrás um “tipo bêbado disfarçado de palhaço”, isto palavras dele.



O homem disse-me para eu ir até á praça de taxis mais próxima, porque tinha ouvido uma conversa do Josefino assim: “ NAUM TE UM TASI NO MEIO DESSA POHA TODA CARAI”, ao que parece ameaçou uma senhora idosa, que depois de lhe ter tentado resistir lhe disse onde ficava a estação e ainda foi brutalmente atacada e roubada, mas a maldade de um patife daqueles não tem limites. Testemunhas contara-me que o Josefino tirou as roupas da senhora por completo, desenhou-lhe um sorriso nas partes traseiras, e atirou-lhe as cuecas para as linhas férreas do metro. As pessoas quiseram chamar a polícia, inclusive uma notícia destas devido ter aparecido nos jornais, sim, onde esteve a comunicação social, pois é senhoras e senhores, acontece que as testemunhas que assistiram a toda a cena foram as tais moças violadas encontradas umas horas depois nas ruas de Lisboa.s

Confesso que me senti horrorizado por ter descoberto que aquelas eram as tais raparigas, aquelas de que falei com algumas pessoas no chat da Spinebuster nas redes sociais. Não quis ouvir mais aquela história macabra, mas uma parte de mim dizia-me que tinha de descobrir toda a verdade para a puder relatar ás pessoas, especialmente, aos meus leais colegas de equipa.



Caros amigos, nesta parte do capitulo falo diretamente para vós. Terá limites a loucura desta entidade que já não parece um homem, será esta a nossa “face of fear”?. Sentir-nos-emos seguros assim ? Parece que os Estados e os países já não têm símbolos, olhem à vossa volta ? Sentem-se realmente seguros quando vêm uma farda ? Este Josefino pode estar em qualquer lado, porque afinal existem milhões de Josefinos neste mundo. Só queria acabar esta parte citando um excerto de um poema de Tennyson:



Tho' much is taken, much abides; and though

We are not now that strength which in old days

Moved earth and heaven; that which we are, we are;

One equal temper of heroic hearts,

Made weak by time and fate, but strong in will

To strive, to seek, to find, and not to yield.



( Voltando a esta rábula )



Josefino fizera de facto algo inimaginável, como seria possível cometer um ato tão vil, tão decadente. Não hesitei, e apesar das raparigas me terem tentado impedir, dirigi-me a um posto da polícia mais próxima para fazer queixa dele, já não aguentara mais assitir a escândalos provocados por aquele monstro. Não admira que a notícia nunca tenha sido exposta em praça pública, ele devia ter feito chantagem com as pobres coitadas ainda por cima. Mal cheguei à esquadra expliquei a situação no secretariado e fui logo recambiado para a polícia judiciária, entrei numa daquelas salas de interrogatórios que se vêm nos filmes mas que nunca vira ao vivo e a cores, com o famoso espelho ao canto. Não hesitei e contei a história toda sem fazer qualquer pausa e quando acabei ouvira a resposta que mais uma vez não esperava. As raparigas tinham de facto sido vitimas daquele ato de cobardia, mas fora um outro Josefino a cometer o crime. Tocagaita foi de facto visto no metro a fazer trinta por uma linha a uma pobre senhora, e para pagar por isso começou a prestar serviço comunitário no estádio da luz, por ser o local onde lhe dera mais jeito na altura.



Devo confessar-vos que fiquei aliviado por saber que o Josefino estava inocente, todavia, ainda estou perplexo pelo que fez no metro. Agora estou a investigar o que aconteceu no aniversário deste pequeno diabinho, e pelos testemunhos e informação que estou a recolher os imbróglios estão cada vez piores, contudo, não poço prometer que vou escrever sobre isso no próximo capítulo, aliás nem poço dizer que vai existir próximo capítulo, o que vos sei dizer, e isto parece cada vez mais ser uma verdade universal, é que o amanhecer deste psicopata está longe do fim.


Por: João Pedro Duarte




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