O Amanhecer de um Psicopata - Capítulo 5

Capítulo  5

Neste últimos tempos aconteceram tantas coisas que nem sei por onde começar, desta vez não vos trago mais episódios das aventuras banais do Josefino, não, desta vez trago-lhes algo muito mais invulgar do que talvez esperasse encontrar.

Que o Josefino gosta de fazer “viadices” no local onde habito, já não é novidade, agora algo completamente inédito é o facto de ter escondido um pequeno livro na gaveta das minhas meias. Porque raio, questionei-me eu, teria um pequeno diário emaranhado no meio das minhas meias ? Confesso-vos que de inicio não entendi, mas as minhas dúvidas logo se dissiparam quando na capa li “Contos do Josefino”. Senti um arrepio na espinha quando li tais palavras, não sabia o que havia de fazer, temia ler algo que depois me viesse a arrepender, contudo, decidi aventurar-me e agora cabe-me tentar contar-vos o que descobri.

O diário de Josefino Tocagaita está organizado em várias aventuras que ele mesmo criou de heróis e vilões fictícios, agora encarnados por amigos e conhecidos dele. Foi fácil identificar algumas personagens, sendo que, têm o nome de alguns dos 7 elementos do “Suicide Squad”, contudo, esta fatídica história, nada tem a ver com as 20 famosas Missões que, supostamente, o grupo de mercenários terá feito.

Josefino afirma no prefácio do livro que a diferença que existe entre ele e o “Joker” que assistimos no cinema há tantos anos, é que esse “babaca” é só uma personagem com umas “viadices falsas” para dizer e fazer, tendo sido interpretada por vários atores ao longo do tempo, mas que nunca descobriu um verdadeiro dono que a fizesse na perfeição, pois esta pessoa é real e precisa de ser vivida por alguém, pelo seu verdadeiro herdeiro, isto é, Josefino Tocagaita.

Só houve uma vez em que um ator lhe tentou verdadeiramente fazer frente, e apesar de Jack Nicholson ter sido uma ameaça há várias décadas atrás, Tocagaita não tolerou o facto de Heath Ledger ter sido tão bem sucedido no papel do maior palhaço do crime nas gravações do 2º filme da franquia mais recente que se fez sobre “Batman”. Josefino sabia que ia ser realizado um filme onde Joker ( ele próprio ) entrava, e nunca entendeu bem, o facto de Christopher Nolan não o ter escolhido para o papel, por isso, e uma vez que tinha recebido tantos elogios pela sua atuação, Josefino engendrou um plano para se vingar de Ledger.

Como o ator se encontrava na Austrália, Josefino teria de fazer uma grande viagem, mas claro que não podia ir sozinho, e como tal, pensou nas possibilidades que tinha e quem podia levar. ( a partir desta linha peço desculpa aos intervenientes, mas a história foi de facto escrita pelo Josefino, eu apenas tentei traduzir da melhor forma ).

A sua primeira escolha foi a namorada ARQUELINA, que considera ser a mais fofa de todas as vilãs. ARQUELINA era uma rapariga problemática da Damaia que desde cedo assaltava idosos na rua e no final obrigava-os a tirar os boxers/ cuecas para vender na feira da ladra. Por isto e mais, Josefino apaixonou-se desde o primeiro momento que a viu assaltar alguém.

A segunda escolha caiu no PISTOLEIRO. Josefino e o PISTOLEIRO são como irmãos, sendo que muitas das aventuras que passou foram com ele, como poderão constatar nos capítulos mais a diante. Toda a família de PISTOLEIRO morreu quando ele era pequeno, fazendo deste, um infeliz órfão. Até aos 8 anos foi criado por um homem de meia idade que o obrigava a cometer assaltos por toda a Lisboa, mas não o tratava com o devido respeito. Basicamente, o PISTOLEIRO fartou-se da vida que levava e por isso, decidiu colocar uma bomba no ânus do homem enquanto este dormia. A partir daí, ficou exímio em assaltos à mão armada. Ele e Josefino conheceram-se num clube de drogados perto da zona do Bairro Alto.

A terceira e última escolha foi RICKI FLAGI, um humilde soldado que decidiu alinhar nos esquema do Josefino para conseguir alimentar a esposa, os 4 filhos, as 2 vacas, os 3 cordeiros, as 2 ovelhas, os 3 porcos, os 5 cães, os 3 gatos, o periquito e as 4 empregadas que tem em casa.

Com estes 3 parceiros, Josefino já estava pronto para embarcar nesta aventura que intitulou de “1º Coringuisse”.

A chegada ao aeroporto foi uma bagunça, enquanto RICKI FLAGI tentava encontrar a porta de embarque, CORINGÃO (nome do Josefino na história) e ARQUELINA estavam ocupados a arrancar as cuecas aos velhos, enquanto que o Pistoleiro estava a brincar à roleta russa com miúdos que pensavam que as pistolas não eram de plástico.

Já no avião, CORINGÃO exigiu a uma hospedeira uma garrafa de champanhe, que teve passado uns minutos. O que parecia ser um momento banal de 4 amigos a festejar transformou-se numa balbúrdia. RICKI espancou um homem por este dizer que sabia mais de porcos do que ele, PISTOLEIRO viu uma mulher que lhe fez lembrar o homem que tomou conta dele na infância e por isso colocou uma bomba dentro dos ouvidos da senhora, quanto a CORINGÃO E ARQUELINA estavam demasiado ocupados a tentar enfiar a garrafa de champanhe pelo rabo acima da hospedeira.

Chegados à Austrália, os 4 elementos do “ESQUADRAO SICIDA” descobriram a morada do ator Heath Ledger, e é aqui que descobri uma coisa que poucas pessoas devem saber, ou seja, a verdadeira causa de morte do ator. ARQUELINA tirou os boxers ao ator, CORINGÃO pegou numa faca e fez-lhe cortes na cara, de forma a que ele ficasse com um sorriso na face, PISTOLEIRO enfiou-lhe um revolver na boca e RICKI FLAGI aplicou-lhe vários “ESPINEBUSTERIOS” como Josefino disse no diário.

Resumidamente, o “ESQUADRAO” não matou Ledger, mas torturou-o até que este se suicidasse instantaneamente, depois disso CORINGÃO ainda o fez engolir 5 fracos de comprimidos como se de consumo excessivo de drogas se tratasse o sucedido.

Esta é a primeira aventura de 2o histórias que Josefino escreveu no dário, todavia, isto foi o que encontrei na gaveta das meias, nem quero imaginar o que anda por aí espalhado, designadamente no cesta da roupa suja ou na gaveta dos boxers. Novas personagens vão aparecer em breve, até porque só agora é que comecei a ler as viadicis que o Josefino e os amigos andaram a tramar.


Por: João Pedro Duarte