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Adeus Bertolucci, até depois


Bernardo Bertolucci, o homem que arrecadou o Oscar pelo seu trabalho em "The Last Emperor", e cujo drama erótico "Last Tango in Paris" encantou e chocou o mundo, faleceu esta segunda-feira. Tinha 77 anos.

Frequentemente, as obras de Bertolucci exploravam as relações sexuais entre personagens enclausurados numa espécie de crise psicológica, como em "Last Tango". O marxista autodeclarado também não se esquivou da política, como em "The Conformist", que alguns críticos consideram ser a obra-prima do cineasta. A juntar a estes, ficam ainda na memória mais frescas do público obras como " The Sheltering Sky" e "The Dreamers".

Embora tenha trabalhado com atrizes e atores de renome internacional, Bertolucci defendeu sempre um estilo muito próprio contra o que dizia ser a pressão da indústria cinematográfica norte-americana. Manteve o sucesso crítico durante a maior parte da carreira, resistindo às controvérsias que alguns trabalhos provocavam, bem como seletivos fracassos comerciais.

"Quando se trata de cinema comercial, tenho o estranho prazer de sentir que sou de outra tribo, um infiltrado", disse ao jornal italiano "Corriere della Sera", em 1990.

Todavia, nas suas longas metragens, Bertolucci não deixava de espelhar as marcas próprias da experiência que tinha em psicanálise. Adicionalmente, costumava dizer que fazer filmes era a sua formar de comunicar com o público, sendo, portanto, a sua "linguagem pessoal".

"Talvez seja um idealista, mas eu ainda penso no cinema como uma catedral onde vamos para sonhar todos juntos" - parte do seu discurso na entrega do prémio Director's Guild of America, em 1987, por "The Last Emperor.". E, de facto, este foi o filme que fez catapultar ainda mais Bertolucci no mundo do cinema. Em 1988, a longa metragem arrecadou todos os prémios (nove) da Academia, para os quais havia sido nomeado, incluindo nas categorias de Melhor Filme e Melhor Realizador. 

Em 2008, foi homenageado com uma estrela na Hollywood Walk of Fame, e, três anos depois, venceu um prémio honorário em Cannes. O seu último filme, "Me and You", estreou na sexagésima quinta edição deste mesmo Festival, que se realizou em 2012.

Por: João Pedro Duarte; a.k.a. Sevprisna
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